Federação dos Trabalhadores no Comércio - Goiás - Tocantins

Casa Goianita pede recuperação judicial; dívida passa de R$ 22 milhões

cropped-fetracom.png

Casa Goianita pede recuperação judicial; dívida passa de R$ 22 milhões

A tradicional rede varejista de presentes Casa Goianita, há 71 anos no mercado goianiense, teve seu pedido de recuperação judicial deferido pela Justiça de Goiás no início deste mês. Com R$ 22,5 milhões em dívidas, a empresa busca uma reestruturação administrativa e financeira, após ser impactada pelos reflexos da pandemia, que afetou diretamente seus dois principais negócios: eventos, principalmente casamentos, e o setor de bares e restaurantes. 

O plano de recuperação está sendo preparado e as lojas continuarão funcionando normalmente, inclusive com a manutenção do atual quadro de funcionários. Fundada por Ademar Antônio Alvarenga, a rede varejista iniciou suas atividades como Armazém Goianita, em 02 de fevereiro de 1952. Em 1958, se tornou uma loja de utilidades e presentes, localizada na rua 4, no centro da capital. A empresa familiar já está em sua terceira geração. 

“É uma grande vitória, um legado, uma empresa se manter no mercado por tanto tempo e muito bem conceituada”, destaca a advogada Andrea Rossi, sócia do escritório RVM Advogados Associados, que representa a empresa no processo de recuperação judicial.

Ela lembra que a Casa Goianita sempre foi conhecida por pagar pontualmente seus credores, como bancos, fornecedores e funcionários. Mas a empresa começou a enfrentar problemas por causa das restrições impostas pela pandemia, quando todos os casamentos e outros eventos foram cancelados e bares e restaurantes fechados. “A falta de listas de presentes de casamento causou um forte impacto nos negócios e na receita”, destaca a advogada.

Travas

Segundo ela, as dificuldades aumentaram por conta de problemas bancários, como juros altos, curto prazo para amortização de contratos e travas bancárias que retêm parte do faturamento da empresa como garantia das operações realizadas.

Com o deferimento do pedido de recuperação, a empresa terá 60 dias para apresentar um plano de recuperação com uma proposta de pagamento para seus credores, que buscará esta reorganização administrativa e financeira.

Mas o mais importante, ressalta Andrea Rossi, é que o processo de recuperação judicial não interfere em nada nas atividades da empresa, que continuarão normalmente. Ela informa, inclusive, que os salários dos colaboradores estão em dia.

Atualmente, a Casa Goianita conta com 48 colaboradores diretos e indiretos. “Não há possibilidade de demissões de funcionários agora”, destaca. As três lojas da rede, localizadas na avenida T-4, setor Bueno, na avenida 85, Setor Oeste, e na rua 135, setor Marista, continuam funcionando normalmente e com o mesmo mix de produtos.

A varejista também contratou uma consultoria financeira especializada, que está trabalhando na construção do plano de recuperação judicial e em toda reestruturação administrativa e financeira.

“Temos absoluta certeza de que a empresa irá conseguir se soerguer efetivamente e se reestruturar totalmente. Esta é apenas uma fase e, em breve, tudo será restabelecido como anteriormente”, afirma a advogada.

Recuperação

Andrea Rossi lembra que redes varejistas de todo País foram impactadas pela pandemia, que levou muitas a entrarem com pedidos de recuperação judicial para conseguirem se reerguerem. Um dos casos mais recentes e de grande repercussão foi o da Americanas.

A recuperação judicial é um meio utilizado por empresas para evitar que sejam levadas à falência. O processo permite que companhias renegociem as dívidas acumuladas em um período de crise recuperando as atividades e evitando o fechamento, demissões e falta de pagamentos.

A recuperação judicial, versão moderna da antiga concordata, começa com um pedido da própria empresa que passa por dificuldades. Ela ganha um fôlego com a suspensão temporária de cobranças, mas precisa apresentar uma estratégia de recuperação.

Quem decidirá se o plano é razoável são os credores, interessados em manter a empresa viva para que ela possa pagar o que deve. Se tudo der certo, a empresa se reabilita e cumpre suas obrigações. No caso de fracasso, a empresa pode fechar as portas.

Facebook
Twitter
LinkedIn