Federação dos Trabalhadores no Comércio - Goiás - Tocantins

Concessionárias em Goiânia passa

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Concessionárias em Goiânia passa

As concessionárias ficaram fechadas por três meses por conta da pandemia de coronavírus. Mas, quando reabriram, em Goiânia, passaram a lidar com fila de espera por veículos. Situação que ocorre desde junho. Demanda reprimida combinada com o fato de que as fábricas ainda voltam ao ritmo de produção, fazem com que alguns modelos demorem até 120 dias para chegar, especialmente os utilitários. Situação que a reportagem encontrou ontem em cinco revendedoras na capital.

Vendedores classificam que a demanda é considerada acima do esperado. Tanto que, em meio à crise causada pela Covid-19, a frota em Goiás teve acréscimo de 37.349 veículos de março para julho (1%), segundo registro do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Sendo que o tipo com maior alta é exatamente os utilitários, com crescimento de 4,43%.

“A fábrica até que tinha produção de um tanto, só que o que vendeu foi quase três vezes mais. Para piorar, não pode cumprir com a meta de produção por causa da pandemia”, explica o gerente de vendas da Tecar Fiat do Santa Genoveva, Gustavo Tiveron. Por lá, ele conta que a maior espera para os clientes é da nova Fiat Strada, cuja fila varia de 90 a 120 dias.

Mas a procura também cresceu para Fiat Toro. “Minha venda aumentou mais de 150% e a produção também já estava escassa. Já os carros mais baratos diminuíram a venda”, explica.

Para veículos da Chevrolet, há situação semelhante. “Alguns modelos não temos a pronta entrega. No geral, demora entre 30 e 45 dias. Quando a fábrica retornou, não tinha a medida certa e o mercado voltou a comprar. A cadeia de produção e a entrega foram afetadas”, diz o gestor comercial da Jorlan, Márcio Macêdo. Ele explica que a maior procura tem ocorrido pela S10. Cita também Onix e Tracker – que teve de parar a venda para equilibrar os pedidos para voltar a vender somente agora em setembro.

“Tenho mais para entregar do que no estoque. Em maio, voltou a produção, mas não produziu para atender a demanda atrasada e ficou uma defasagem.” De outro lado, ele lembra que a demora já foi de até 90 dias e que os clientes têm sido atendidos com mais agilidade. “O varejo é engraçado, tem o cliente e não tem o produto ou ocorre o contrário. A receita perfeita é complicada e não pode sobrar carro. E a cadeia é extensa para acertar.”

melhora

Uma projeção de melhora a partir de setembro também é feita pelo gerente de venda direta da Navesa Renault, Bruno Crispim. Utilitários também estão com prazo médio de 90 a 120 dias. Entre os mais pedidos, revela que há longa espera pelo modelo Oroch. “Na venda direta, algumas empresas continuam tendo a demanda do veículo e por isso compram. Mas alguns cancelam por não querer esperar e a gente expõe para o cliente a situação.”

Para a vendedora da Navesa Ford, Rosa Maria de Sousa, o agronegócio aquecido também é motivo para aumento da demanda por utilitários e picapes. Ela cita que Ranger pode demorar até dois meses para que o cliente consiga levar.

Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Automotores de Goiás (Sincodive-GO), Lincon Vargas da Silva, as montadoras voltaram de férias em julho e não há um problema generalizado para abastecer o mercado, o que não exclui dificuldades pontuais para alguns modelos. “As pessoas que pretendiam trocar de carro estão trocando. Existia um desejo reprimido e a necessidade está acontecendo, como é o caso do agronegócio. E o que falta, falta no Brasil todo.”

 

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