Federação dos Trabalhadores no Comércio - Goiás - Tocantins

Comércio deve fechar as portas em todo Estado

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Comércio deve fechar as portas em todo Estado

O comércio deverá fechar as portas em Goiás, segundo anunciou o governador Ronaldo Caiado (DEM) ontem em entrevista coletiva. A paralisação deve ocorrer a partir de quinta-feira (19). A decisão foi divulgada após reunião com o prefeito de Goiânia Iris Rezende (MDB) no Paço Municipal e faz parte de medidas conjuntas de prevenção por conta da pandemia de coronavírus.

As definições serão detalhadas por meio de decreto, cuja publicação deve ocorrer hoje. Inicialmente, está definido que o fechamento ocorrerá por 15 dias e abrangerá lojas, como as da Região da 44, e shoppings centers. Não deve incluir o que é tido como essencial para a população. Supermercados e farmácias, por exemplo. A Prefeitura de Goiânia seguirá as determinações do Estado, mas ontem mesmo publicou um decreto com medidas urgentes.

Entre elas, está a determinação de que está vedada a realização das feiras especiais na capital – aquelas que não vendem somente itens de alimentação – bem como a abertura do Centro Comercial Popular, Mercado Aberto e dos mercados públicos municipais a partir do dia 19 de março de 2020. O decreto municipal também permitiu, temporariamente, a abertura e o fechamento de comércios e indústrias em horários diversos daqueles estabelecidos, sem a necessidade de autorização prévia ou de licença especial.

Segundo Iris, são atitudes necessárias para “evitar possível invasão nessa cidade que ainda está privilegiada”. A decisão severa gerou muitos questionamentos dos comerciantes.

“Vamos invadir a calçada e trabalhar, porque temos de sobreviver. Tem pessoas que vendem de manhã para ter o que comer à noite”, ameaçou o presidente da Associação da Feira Hippie, Valdivino da Silva, ao saber sobre o decreto. A crítica vem porque não houve diálogo e, como argumenta, feirantes não puderam ter uma reserva financeira para poder parar.

Rua 44

Ontem, até o início da tarde, a informação era de que apenas a Região da Rua 44, com lojas, shoppings e galerias seriam fechados. Mas depois da reunião no Paço, a decisão anunciada passou a considerar o comércio de forma mais ampla. “Não adiantaria e seria desleal”, diz o presidente da Associação Empresarial da Região, Jairo Gomes, sobre possível restrição apenas para a localidade.

Apesar de considerar que o decreto não se discute e reconhecer a necessidade de prevenção, Jairo explica que há intenção de tentar diálogo com o governador e o prefeito para entender a sistemática desse fechamento, apoio com relação a ambulantes e a intenção é fazer uma discussão com fórum empresarial. “Isso vai mexer muito com a economia.” A região – que é considerada o segundo maior polo de confecção do País – já vivenciava queda no fluxo por conta da pandemia.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi, também defende diálogo e auxílio para os empresários. “Sabemos que é uma dose amarga, mas necessária”, reconhece o representante.

Porém, ao ser questionado sobre uma possível negociação nessa decisão de fechar o comércio, Caiado foi enfático. “Não tenho capacidade de negociar com o vírus. Ou vamos tomar uma atitude que seja capaz de poder prevenir ou não se resolve. Não tem jeitinho”, disse. Ainda reforçou que não queria tomar a decisão “se não fosse em resposta à qualidade de vida para as pessoas”.

Sobre os impactos financeiros com o comércio fechado, o governo estadual não prevê auxílio aos empresários. Ao ser perguntado, o governador informou na entrevista coletiva que é possível recuperar os prejuízos com 15 dias de paralisação.

“Quanto mais diminuirmos os casos de contaminação, mais cedo vamos recuperar a economia de Goiás. Se nós tivermos um processo de contaminação disseminada, aí realmente o impacto financeiro será de proporções incomensuráveis.”

Bares e restaurantes

Outros pontos comerciais que geram aglomerações de pessoas são os bares e restaurantes. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel), Fernando Jorge, informou que serão seguidas as medidas determinadas pelo poder púbico e há medidas que a diretoria nacional da associação também orientou.

No decreto da Prefeitura, ficou autorizadas as abordagens de orientação e aplicação de penalidades dos órgãos de fiscalização pública municipal em caso de descumprimento das determinações sobre eventos em que ocorra aglomeração de pessoa tanto em festas, shows, circos, parques de diversões, exposições, boates, casas noturnas, bares, restaurantes, teatros, cinemas e academias.

O Trade do Turismo em Goiás também realiza reuniões para definir novas medidas. Somente em hotéis já houve aumento de 36% de cancelamentos na última semana.

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